sexta-feira, 28 de maio de 2010

ANDANDO
Por Fernanda D'mbra
por uma imensa floresta, pensei em te ligar, mas esquecido em casa o celular acumulava
chamadas perdidas como eu, que seguia firme em direção a uma nascente d´água roxa e cheia de pérolas roubadas e ali escondidas por um ladrão, que condenado à morte (e por isso não tendo mais a nada perder, exceto suas pérolas) as confiou a mim e a meu cão: uma cadela perdigueira misturada com vira-lata que eu encontrei num domingo nublado comendo uma velha espiga de milho no elevado costa e silva. supostamente eu seria contratada nas próximas semanas para um trabalho certo e altamente rentável ao qual eu responderia calmamente que por motivos nunca declarados não aconteceria, posto que de uns tempos pra cá eu havia decidido que estar perdida não acarretaria qualquer tipo de decisão precipitada. eu havia feito um único pedido ao gênio da lâmpada e ele havia me dado algo que eu jamais soubera existir: tempo.

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